@MASTERSTHESIS{ 2019:1572561880, title = {A (in)visibilidade da mulher em livros didáticos, na perspectiva da análise de discurso crítica feminista}, year = {2019}, url = "http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/934", abstract = "Esta dissertação tem como objetivo analisar discursos de gênero presentes em representações da mulher em livros didáticos de Língua Portuguesa, que realizam a visibilidade e/ou apagamento dessa categoria social. Para tanto, alinho-me aos princípios teóricos do feminismo pós-estruturalista e em suas possibilidades de estudo pautados na centralidade da linguagem e na interseccionalidade (LOURO, 2014; BUTLER, 1990; LAZAR, 2007). Nesse sentido, a pesquisa, de base qualitativa, se dá a partir da articulação do tripé gênero, discurso e ideologia. Para a análise, restrita à primeira fase do Ensino Fundamental (1o ao 5o anos), utilizo a corrente analítica de discurso crítica associada ao feminismo, porquanto intento desvelar discursos de gênero presentes em livros didáticos das coleções utilizadas em Crixás- GO, bem como discursos suscitados na prática pedagógica pautada nesses materiais. Desse modo, o trabalho se desdobra em duas fases complementares: a análise documental e a pesquisa de campo. Na primeira fase, selecionei textos e ilustrações com discursos de gênero, sobretudo aqueles que tinham relação com os âmbitos público e privado (profissões e esporte), a divisão de tarefas domésticas, a organização familiar e os estereótipos associados à ideia de fragilidade feminina. Na segunda fase, observei a prática pedagógica dos conteúdos selecionados, utilizando, para a coleta de dados, a gravação em áudio e anotações em um diário de campo. Posteriormente, os discursos suscitados em sala de aula foram transcritos e articulados a análise inicial dos livros didáticos. Com efeito, a pesquisa revela um apagamento da mulher nos materiais analisados e uma reiteração dessa supressão em sala de aula. Isso ocorre, principalmente, quando a temática é “profissão”. A representação da mulher se dá, de forma exclusiva, no ambiente privado/doméstico, confirmando resultados alcançados em outras pesquisas (BIROLI, 2014; DEIRÓ, 2005). Além disso, o trabalho revela duas outras questões importantes: 1) há, no livro didático e na prática pedagógica, uma associação da mulher ao termo princesa e, em decorrência disso, se espera que essa categoria social incorpore as características entendidas socialmente como próprias de uma “verdadeira” princesa (ADICHIE, 2017; ALVES; OLIVEIRA, 2017), como a submissão, a fragilidade, a necessidade de um homem que a salve, a proteja etc. (AUAD, 2016); 2) um dos livros didáticos analisados, o do 5o ano, apresenta, em uma unidade, situações discursivas contrárias aos outros materiais e até mesmo ao restante de seu próprio conteúdo. Os discursos dessa unidade podem ser definidos como “discursos contrários” (PINTO, 2004), haja vista a presença de textos verbais e não verbais que desconstroem pressupostos sexistas. Em sala de aula, os discursos sobre esse material foram, além de contrários, resistentes e afrontosos em relação às imposições sociais, sobretudo no que se refere à concepção de identidade social como algo imutável e fixo e ao machismo presente na sociedade.", publisher = {Universidade Estadual de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT)}, note = {UEG ::Coordenação de Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias} }