@MASTERSTHESIS{ 2025:463524210, title = {(Sobre)Viver nas fissuras dos regimes discursivos: microrresistências de formadores de docentes em torno da (des)continuidade do curso de Letras na UEG – UnU Porangatu}, year = {2025}, url = "http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1777", abstract = "Esta dissertação investiga as microrresistências docentes no curso de Letras da Unidade Universitária de Porangatu da Universidade Estadual de Goiás (UEG), com o objetivo de compreender as práticas cotidianas que emergem como resposta às políticas de precarização e racionalização que afetam a formação docente nas licenciaturas. A pesquisa parte dos conceitos de resistência e poder de Michel Foucault (2023), que aborda a resistência como imanente às relações de poder, não como uma negação, mas como uma forma de enfrentamento que surge dentro das estruturas de dominação. A investigação utiliza uma metodologia qualitativa, com uma abordagem etnográfica, tendo como instrumentos principais diários reflexivos e rodas de conversa com docentes da instituição. Além disso, se baseia nos conceitos de políticas públicas educacionais e na análise de como as estruturas de poder e as políticas neoliberais impactam o ensino superior, conforme discutido por Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) e Araújo (2021). Os resultados da pesquisa revelam que, embora a UEG enfrente desafios estruturais e financeiros, os docentes do curso de Letras desenvolvem práticas de resistência que, embora cotidianas e por vezes imperceptíveis, são essenciais para a manutenção do curso e para a afirmação de um projeto educativo crítico e socialmente engajado. Esses docentes, ao resistirem às imposições das normativas institucionais, não apenas garantem a continuidade do curso, mas também reafirmam o compromisso da universidade pública com a transformação social, como defendido por Moita-Lopes (2008). As microrresistências identificadas, como a organização de redes de apoio, a busca ativa por estudantes e a reinvenção das práticas de extensão, são práticas de liberdade que tensionam a lógica neoliberal de controle e produtividade que permeia a universidade pública. A análise das práticas docentes revela ainda a presença de uma governamentalidade neoliberal, como descrito por Foucault (2023), que busca transformar os sujeitos em “empreendedores de si” por meio da precarização das condições de trabalho. A resistência, nesse sentido, se dá não apenas na contestação explícita das normativas, mas na criação de alternativas para a permanência e fortalecimento da formação crítica. A pesquisa conclui que as microrresistências docentes não apenas denunciam os efeitos da precarização da educação superior pública, mas também produzem saberes coletivos que garantem a continuidade de um projeto educacional comprometido com a formação de cidadãos críticos e engajados socialmente.", publisher = {Universidade Estadual de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias (PPG-IELT)}, note = {UEG ::Coordenação de Mestrado Interdisciplinar em Educação, Linguagem e Tecnologias} }