@MASTERSTHESIS{ 2020:2032296220, title = {Preconceitos de gênero e assédio moral/sexual clivados pelo discurso humorístico nos enunciados de Silvio Santos}, year = {2020}, url = "http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/774", abstract = "Esta pesquisa se propõe a analisar preconceitos de gênero e assédios moral/sexual clivados pelo discurso humorístico nos enunciados de Silvio Santos em relação à forma como ele aborda funcionários e convidados no gênero textual/discursivo programa de auditório, especificamente o Programa Silvio Santos. É regular nos enunciados de Silvio um posicionamento discursivo debochado, proposto por uma espetacularização polêmica, que pode ser interpretada como brincadeira ou como preconceito, desrespeito e assédio. Problematizamos como funcionam os efeitos desse humor manifesto ora como deboche, ora como ofensa, dependendo da posição sujeito assumida e do lugar social ocupado. Para o desenvolvimento desta pesquisa, mobilizamos um corpus investigativo que abrange dois quadros televisivos do Programa Silvio Santos: Exame de Calouros e Jogo dos Pontinhos. Temos como base principal de nosso aporte teórico-metodológico a Análise do Discurso de linha francesa, ao selecionarmos autores como Foucault (1996; 2008) e Pêcheux (1988; 1997), mas também Bakhtin/Volochínov (1987; 2006) e Orlandi (2007; 2008), dentre outros. Desenvolvemos análises acerca da carnavalização que ocorre em alguns momentos de interação entre Silvio e os funcionários e entre Silvio e os convidados; estudos acerca das relações de poder que há nessas interações; investigações levando em consideração os processos de subjetivação e os efeitos de sentido que são produzidos a partir dos enunciados. Objetivamos compreender como esses dizeres são legitimados (ou refutados) a partir da operacionalização da ordem discursiva que cliva os diversos processos de subjetivação. Partimos da hipótese de que os dizeres de Silvio Santos possuem regularidades no que diz respeito ao modo despudorado, desrespeitoso e debochado com que ele trata os funcionários e os participantes, ao considerarmos a circulação das políticas discursivas contemporâneas de afirmação dos excluídos, sendo frequente, então, a emergência de discursos machistas, homofóbicos, gordofóbicos, marcadores de assédio etc., sempre por meio do riso, com o efeito de atenuar e inclusive de anular a circulação pejorativa dos preconceitos. Como resultados, tendo em vista o contexto humorístico do programa, Silvio ancora-se nisso para continuar a produzir esses enunciados; entretanto, tendo em vista o contexto sócio-histórico atual, a ressonância dos discursos de empoderamento e de combate a qualquer forma de preconceito, os dizeres de Silvio Santos têm sido encarados de outra forma: são enunciados ofensivos que se mascaram por meio do discurso lúdico, de modo que se justifique, por meio do riso, o escape da segregação social. Concluímos que a materialidade desses enunciados é atravessada, em alguns processos de subjetivação, pela idade de Silvio Santos, caracterizando-o como um velho gagá, que utiliza o riso e o discurso humorístico como subterfúgios para a circulação dos preconceitos e dos assédios moral/ sexual, como se ele não mais tivesse controle racional sobre os seus dizeres; mas também modalizam-se preconceitos e assédios porque Silvio Santos considera legítimo o humor de seu programa de auditório, desconsiderando como ofensas as críticas e as ridicularizações dos funcionários e dos convidados pertencentes a camadas sociais excluídas socialmente, como mulheres, gays e gordos.", publisher = {Universidade Estadual de Goiás}, scholl = {Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)}, note = {UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade} }