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Tipo do documento: Dissertação
Título: “Ser mulher é ser Xingu violentado por belo monte” : uma leitura ecofeminista do romance "Maria Altamira", de Maria José Silveira
Título(s) alternativo(s): “To Be a Woman Is to Be the Xingu violated by Belo Bonte” : an ecofeminist reading of the novel “Maria Altamira”, by Maria José Silveira
Autor: Silva, Vanessa Flávia da 
Primeiro orientador: Pinheiro Neto, José Elias
Primeiro membro da banca: Pinheiro Neto, José Elia
Segundo membro da banca: Melo, Samuel Carlos
Terceiro membro da banca: Macedo, Fabiana Lula
Resumo: Esta dissertação investiga, a partir do romance Maria Altamira de Maria José Silveira (2020), como a literatura constitui espaço de resistência às violências coloniais e patriarcais na Amazônia. A narrativa entrelaça corpo e território, desvelando feridas abertas por projetos desenvolvimentistas que convertem rios e florestas em zonas de sacrifício, ao mesmo tempo que cria um lugar de voz a forças insurgentes de sobrevivência. Ao centrar vozes femininas, indígenas e subalternizadas, a obra ergue um testemunho ficcional que reescreve memórias silenciadas, desconstruindo versões hegemônicas de progresso. A pesquisa ancora-se no diálogo entre: ecofeminismos (Brandão, 2003, 2020; Shiva; Mies, 1993, 2014); epistemologias do Sul (Lugones, 2014, 2020; Kambeba, 2020; Bispo Dos Santos, 2023); crítica do testemunho (Seligmann-Silva, 2003; Penna, 2003) e pensamento ambiental decolonial (Brum, 2021). Essa abordagem qualitativo-interpretativa lê o romance como espaço de enunciação política e estética, indicando um gesto literário que transfigura dor em memória. Os resultados demonstram que Maria Altamira ultrapassa o registro da destruição ao recuperar histórias coletivo-afetivas que alimentam resistências. Sua poética combina denúncia contundente e força narrativa, criando um território ficcional onde emergem vozes plurais irredutíveis. Enraizadas em experiências femininas e modos de vida amazônicos, essas vozes costuram pactos éticos entre palavra, terra e memória. Assim, a literatura afirma-se como prática de escuta e reinvenção ante as feridas coloniais que perduram em corpos humanos e mais-que-humanos.
Abstract: This dissertation examines how literature becomes a space of resistance to colonial and patriarchal violence in the Amazon, through an analysis of the novel Maria Altamira (2020) by Maria José Silveira. The narrative interweaves body and territory, unveiling wounds inflicted by developmentalist projects that transform rivers and forests into sacrifice zones, while simultaneously creating a space for insurgent forces of survival. By centering the voices of women, Indigenous peoples, and subalternized groups, the novel builds a fictional testimony that rewrites silenced memories and deconstructs hegemonic notions of progress. The research is grounded in the dialogue between ecofeminist perspectives (Brandão, 2003, 2020; Shiva; Mies, 1993, 2014), epistemologies of the South (Lugones, 2014, 2020; Kambeba, 2020; Bispo dos Santos, 2023), testimony studies (Seligmann-Silva, 2003; Penna, 2003) and decolonial environmental thought (Brum, 2021). Through a qualitative and interpretative approach, the study reads the novel as a site of political and aesthetic enunciation, where pain is transfigured into memory. The findings reveal that Maria Altamira goes beyond the record of destruction by recovering collective affective histories that nurture resistance. Its poetics merges denunciation and narrative strength, creating a fictional territory where plural and irreducible voices emerge. Rooted in women’s experiences and Amazonian ways of life, these voices weave ethical pacts between word, land, and memory, affirming literature as a practice of listening and reinvention in the face of enduring colonial wounds in both human and more-than-human bodies.
Palavras-chave: Ecofeminismo
Literatura de testemunho
Amazônia
Colonialidade
Ecofeminism
Testimonial literature
Amazon
Coloniality
Área(s) do CNPq: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS
LETRAS::LITERATURA BRASILEIRA
Idioma: por
País: Brasil
Instituição: Universidade Estadual de Goiás
Sigla da instituição: UEG
Departamento: UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Programa: Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Citação: SILVA, Vanessa. “Ser mulher é ser Xingu violentado por belo monte”: uma leitura ecofeminista do romance "Maria Altamira", de Maria José Silveira. 2025. 103 f. Dissertação (Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade) – Universidade Estadual de Goiás, Goiás, GO, 2025.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
URI: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1868
Data de defesa: 22-Ago-2025
Aparece nas coleções:Mestrado Acadêmico em Língua, Literatura e Interculturalidade

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